Urgência ou Emergência, Será Mesmo?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sábado eu pude experimentar os serviços de “emergência” disponíveis à sociedade. No meu caso, tive PESSIMA impressão. Pelo menos quanto o atendimento primário, que é o telefônico.
Sabem aquelas histórias bonitinhas do 911, que o atendente rastreia o endereço da ligação quando a pessoa não consegue falar e manda uma ambulância assim mesmo? Rá! Espera deitado isso acontecer no Brasil!

Pois bem, no sábado sofri um acidente de carro. O acidente foi feio, mas feio mesmo! Só que como Deus existe e não era hora de ninguém passar pra o outro lado, não houve conseqüências mais graves.


Então vamos às primeiras providências: ligar para a polícia. Só fazem a ocorrência caso haja vítimas (e por vítimas eu entendo ferimentos graves ou morte, já que o serviço é de emergência/urgência) ou os veículos não possam ser retirados do local. Daí que a polícia não veio, mas a ocorrência teria de ser feita. Para fins de seguro e para se resguardar de problemas futuros. Eu sou escolada nisso e não confio mais nem na minha mãe. Faço BO pra tudo!.
Daí que enquanto esperávamos o marido da minha amiga chegar, o dono do outro carro ligar para a seguradora e tudo mais, minha amiga (que era a motorista) começou a sentir um ardor muito grande nos braços, do cotovelo ao pulso.


Decidimos ligar para o SAMU. Alguem me diz que o numero era 193. Eu liguei e caiu na polícia. Expliquei a situação e o moço sem paciência comigo vem me falar de carros. Eu que disquei 193 fiquei sem entender pq a preocupação com carros quando o caso era de alguem sentindo efeitos da batida! Descobri que atendimento médico é 192. Novamente DISQUEI 192 e NOVAMENTE caiu na polícia e se o moço que antes estava sem paciência estressou de vez, e eu que já sou Saraiva na altura do campeonato botei minhas garras de fora. Mas isso foi passável o SAMU foi o fim da picada!


Como não conseguia ligar do meu celular, e pra não passar de novo pelo Soldado Vinicius, liguei para a emergência de outro celular e após seis ou sete toques alguém atende. Eu não trabalho com situações críticas. Ninguém vai morrer se esperar alguns minutos pra ser atendido, mas temos um padrão de atendimento telefônico, em que a ligação deve ser atendida ATÉ o TERCEIRO toque, mas isso não vale pra atendimentos rápidos em que frações de segundo podem determinar a vida ou morte de alguem. Parece que na Emergência o padrão de atendimento é até o décimo ou vigésimo toque, ou quando der na cabeça do atendente.
Depois de me irritar com a demora no atendimento à chamada, explico a situação e o cara do outro lado sai com essa:


- Esse acidente aconteceu a uma meia hora, porque você esta ligando só agora.
Como achei que era só uma pergunta retórica (atrevida e desnecessária, mas só retórica) não respondi. Mas o cara insistiu em perguntar!

Eu estava trovejando de raiva e respondi malcriadamente mesmo, que tinha ligado primeiro pra polícia, e que a cada vez que ligava para emergência médica caia de novo na polícia!

Será que socorrer alguem não é prioridade sobre questionar o motivo porque eu liguei ou deixei de ligar? Creio que o papel dele não é esse, é tomar as providências para prestar o socorro, ou estou enganada? Eu não sou médica nem socorrista então não tenho obrigação de saber se a pessoa precisa de atendimento médico até que ela reclame alguma dor ou desconforto. Ou a gente tem que chamar para qualquer acidente? Será que é assim? Alem do mais, pelo pouco que sei a adrenalina é responsável por dar "superpoderes" ao corpo em situações de risco, e nisso se inclui força, agilidade, e resistencia à dor. Mas quando volta aos níveis normais, o machucado que vc nem viu aparece, o osso trincado dá sinal de vida, e o passo que você dava não consegue dar mais. E o famoso “sangue quente”.

De má vontade, dava pra sentir na voz, me passou para o médico que foi solícito e educado e eu posso ser neurótica e perder a linha mas também sou educada quando a pessoa não tem culpa. Como o médico agiu como gente, eu fui a própria lady.

Final da noite fomos fazer o BO num posto policial no centro da cidade, seguindo a recomendação do Vinícius (Soldado, Sargento, Recruta ....) e chegando lá qual foi a pergunta do Sargento?


- Por que vocês estão fazendo a ocorrência só agora?


Eu fiquei sem fala. Até a respiração parou. Puxa vida, se a polícia não se desloca ao local, em acidentes de trânsito sem complicações, qual o impedimento de ser feito uma hora, duas ou vinte e quatro horas depois? Alias foi uma das perguntas que fiz, quando liguei a primeira vez para o 190. Qual o prazo para se fazer a ocorrência? Não tive resposta.
Após um longo tempo aguardando que a ocorrência fosse registrada, mil perguntas sendo feitas repetidamente descobrimos que:



1.A ocorrência poderia ser feita no local, uma vez que houve vítima não fatal. O atendimento do SAMU caracterizou existência de vítima



2. A ocorrência deveria ter sido feita no local, visto que houve dano ao patrimônio (o carro em que batemos rodou e bateu em uma loja. Amassou a placa de pare e quebrou cerca de 15 centímetros do umbral da porta)


Por que não tive essa orientação? Será que o cidadão tem de saber sobre os procedimentos policiais? Não seria inclusive mais correto a presença da polícia no local, independente de existência de vítimas ou não? Preveniria que pessoas de má fé fizessem uma ocorrencia posterior alegando o que quisesse, como já aconteceu comigo!


O que sei é que após o choque, ter de enfrentar horas de espera, atendimentos insatisfatórios e outras questões é muito desgastante e os serviços públicos definitivamente deixam a desejar. Demonstram despreparo para lidar com pessoas nervosas, doloridas, assustadas e consequentemente com o raciocínio comprometido.


Devo esclarecer que a ambulância chegou mais rápido do que esperava e os socorristas foram atenciosos, tendo inclusive medido minha pressão mesmo eu alegando que não tinha ferimentos ou dores. Mesmo assim o primeiro contato capengou e muito. Para um atendimento emergencial, foi PESSIMO!



3 comentários:

Marcelly Rosa disse...

adorei seu post

amei seu BloG
Estou SeGuindo
Me segue Tbm..

Bjocas...!

hppt://marcellyrosa.blogspot.com

Ro Malet disse...

Realmente Val,

o serviço publico em nosso país está longe de ser mais ou menos, quanto mais satisfatório e eficiente.

Para onde vai mesmo nossos impostos?

Parece que estão fazendo favores em cumprir seus deveres.

Como ficou sua amiga?


Beijos

Ro Malet disse...

Val,

Pois é, fiquei triste pq a camer aé nova e foi descuido meu, mas não adianta chorar em cima do leite derramado, então deixei na assistencia téenica hoje, já busco amanhã, deu 140,00, fiquei mais triste ainda, mas até que não foi tão caro como eu imaginava.

BBeijos