A HISTORIA DO PUMA

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


Eu nunca havia tido gatos pois na minha família ninguém gostava. Minha mãe detesta gatos, minha avó pregava que gatos só gostavam da casa e meu pai era indiferente. Eu acabei por ser indiferente também. Não conheço. Não posso gostar nem desgostar.

Mas filho de peixe, peixinho é? Nem sempre... No meio dos “antigatos”, um membro é um adorador de gatos! O meu filho.

Uma noite eu e uma amiga voltávamos de um passeio com nossos filhos, quando encontramos um gatinho na rua. Filhotinho e com a patinha machucada. A Miriam já intimou: leva pra casa! Eu tentei resistir mas aí meu filho fez coro: Tadinho mãe, ela ta machucado!

Levamos o bichinho e simulamos que ele tinha entrado “sozinho” e ele passou a noite no quintal quietinho. Não miou nem nada, se escondeu entre umas madeiras e ficou lá até de manha. Quando meus pais descobrem o novo morador, um quer botar o bicho pra fora, o outro quer adotar. Ganhou a adoção. Meu pai intercedeu a favor do gatinho. No dia das mães, minha mãe ganha um presente.... para ela, de grego!

A patinha machucada tinha um dedo a menos, provavelmente arrancado por algum acidente ou maldade humana. Ele nunca mais sentou com a perna dobrada, embora não demonstrasse nenhuma dificuldade para andar.

Puma era um gato com comportamento marcante: comia pipoca, conversava muito, seguia a gente, certa vez me reconheceu na rua e me chamou! Tinha os olhos mais verdes que já vi.  E era um caçador de primeira linha. Pobre camundongo!

Mas minha casa não tinha telas (não que resolvesse muito) e um dia Puma saiu pra passear e nunca mais voltou. Deixou esposa e três filhos pequenos e um pequeno dono inconsolável.

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